Primeira videodança do Grupo Experimental reflete sobre o caos do meio artístico na pandemia
  • Videodança do Experimental | FOTO: Ivan Dantas
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A obra-manifesto “Os ratos não estão no porão”, desenvolvido e dançado pela coreógrafa Mônica Lira, está disponível no canal do Youtube da companhia

A arte no país sempre esteve em meio ao caos. Artistas naturalmente sobrevivem tentando garantir a mínima dignidade aos seus trabalhos, em uma luta constante por justas remunerações, reconhecimento e espaço. E em um contexto de pandemia, como se manifesta essa realidade?

Foi diante desta reflexão que a coreógrafa Mônica Lira, diretora do Grupo Experimental, propôs a criação do mais novo trabalho da companhia “Os ratos não estão no porão”, que já está disponível no canal do Youtube da companhia. Confiram, abaixo:

O trabalho, financiado pela Lei Aldir Blanc, desenha-se como uma videodança de uma artista solo, a própria Mônica, e funciona como um “manifesto” dançado, que coloca para o espectador as angústias e descaso que, diante do cenário pandêmico, se fez a realidade de muitos da cadeia cultural.

Mônica encena a própria lida, que como a de todos os artistas é cheia de inseguranças, mistérios, caos e abandono, uma vez que o setor cultural, mesmo diante dos recursos das leis emergenciais, está a mercê dos governantes que não solucionam uma questão histórica e permanentemente latente: o desamparo do trabalhador de arte.

PROCESSO CRIATIVO

Criado em meio ao casarão antigo do bairro do Recife, sem teto, Rede Moinho, que sedia o atelier a céu aberto do artista Sérgio Altenkirch, também cenógrafo da obra, a videodança “Os ratos não estão no porão”, surge como uma analogia – e ironia- da vida do artista contemporâneo, que mergulhado ao contexto pandêmico está em situação de extrema vulnerabilidade, em muitos casos beirando a miséria, uma vez que falta assistência básica ao setor.

“Antes da pandemia fomos para as ruas com a nossa obra ‘Pontilhados’, um passeio dançado por algumas cidades com um elenco de quase 20 artistas. Há quase 3 anos ficamos sem teto, sem a casa desse corpo Experimental, onde podíamos criar, dançar, pesquisar, fazer aulas, assistir espetáculos e realizar projetos. E agora, neste momento sem horizontes, como continuar dançando?”, indaga Mônica Lira.

Na perspectiva de isolamento dos tempos vigentes, a videodança do Grupo Experimental também teve um novo desafio: realizar uma obra conjunta, ainda que o encontro fosse limitado. Neste sentido, muito da concepção da obra veio de ajustes e interações tecnológicas não exploradas anteriormente.

Na equipe, o mínimo de pessoas possível, seguindo todos os protocolos de higiene e segurança. A videodança teve ainda concepção de trilha sonora original pelos músicos Diego Drão e Ivo Távora, desenho de luz por Beto Trindade, direção artística de Rafaella Trindade, câmera e montagem de Silvio Barreto e produção de Caio Trindade.

Sobre a iniciativa, a diretora Mônica Lira explica: “Estamos todos vulneráveis, expostos, perdidos e angustiados neste momento mais do que nunca. Nossa videodança quer provocar as pessoas a pensarem o porquê de estarmos neste lugar de tantas incertezas e sofrimento. Ser um trabalhador de arte é, antes de tudo, indagar o tempo presente e questionar o tempo futuro. E sendo assim, como poderemos viver, continuar a existir, quando opera no nosso país uma política que pode nos exterminar?”, conclui a artista.

FICHA TÉCNICA

Concepção, direção geral, figurino e intérprete: Mônica Lira
Direção artística e figurino: Rafaella Trindade
Direção de fotografia, câmera e montagem: Silvio Barreto
Desenho cenográfico e criação das peças: Sérgio Altenkirch
Desenho de luz e execução: Beto Trindade
Produção e assistente de iluminação: Caio Trindade
Ambiente sonoro e trilha original: Diego Drão e Ivo Thavora
Registro fotográfico: Ivan Dantas
Locação filmagem: RedeMoinho da Ilha (Sergio Altenkirch)
Design gráfico: Carlos Moura
Comunicação: Marta Guimarães




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Maíra Passos

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