A montagem de dança contemporânea teve inspiração na vida da cantora Elis Regina, que viveu no período da ditadura militar
Outros Ares Cia. de Dança apresentou o espetáculo Falso Brilhante em 2016, pela primeira vez, num formato de semiarena, o que permitia proximidade e grande interação com a plateia. Com movimentos de dança contemporânea, a montagem conta a história da cantora Elis Regina, que viveu um período de opressão e intolerância no Brasil, pós-golpe de 1964.
A trilha sonora do espetáculo é composta por músicas interpretadas por Elis Regina, da autoria de compositores renomados, como João Bosco, Aldir Blanc, Chico Buarque e Milton Nascimento. “Outros Ares Cia de Dança se posiciona contra a opressão e as desigualdades, trazendo à tona reflexões sobre como se configura a humanidade em tempos de inflamação social”, diz a bailarina e coreógrafa Manuella Freitas, diretora da companhia.
Assim, o espetáculo se inicia com a execução da música “Fascinação”, interrompida por ruídos e falhas de sintonização. Em seguida os bailarinos vestem uma espécie de casaca militar, enfeitada com galões e pedrarias, embora esfarrapada. No decorrer da obra, os movimentos corporais dos bailarinos representam uma batalha contra a doutrinação ideológica, a cultura do medo, a solidão e as angústias ambientadas pela trilha sonora.
Em 2020, por conta da pandemia, com a impossibilidade de apresentações presenciais, Outros Ares Cia. de Dança adaptou o espetáculo para o formato audiovisual. A produção foi realizada com recursos da Lei Aldir Blanc/PE e teve estreia no dia 28 de março, através do canal do Youtube da companhia. E ainda encontrasse disponível para assistir, com acesso gratuito.
“A nova temporada envolveu a transposição do espetáculo para ser filmado em várias locações da Região Metropolitana do Recife, agregando cenários às coreografias desenvolvidas, permitindo ampliar a possibilidade de compreensão das ideias transmitidas”, explicou Manuella.
Entre os lugares utilizados como cenário da videodança, o Monumento Tortura Nunca Mais, o Forte das Cinco Pontas, a Praça do Marco Zero e o Palácio do Campo das Princesas. Também foram feitas filmagens em paisagens naturais, como na Praia do Paiva e num sítio em Aldeia. “Toda execução do projeto seguiram os protocolos de segurança e tiveram início em janeiro de 2021”, completou a diretora da companhia.
Direção geral, produção, roteiro e coreografias: Allan Delmiro e Manuella Freitas
Bailarinos: Allan Delmiro, Juliana Cavalcanti e Manuella Freitas
Captação e edição de imagens: Mu Imagem (Murilo Araújo e Murilo Carvalho)
Direção artística: Manuella Freitas
Pesquisa e edição de trilha sonora: Allan Delmiro
Iluminação: Art’Luz
Figurino: Lú Santos
Confecção de figurinos: Lú Santos e Roupa de Palcos
Registros fotográficos: Keila Castro
Arte gráfica: Augustina Oficina Criativa
Apoio: Biscoitos Feito Por Nós, Borgest Salão Conceito, Casa da Cultura (Juliana Rezende), Forte das Cinco Pontas (Maria de Betânia Correa), Sítio Três Palmeiras (Alexandra Nunes e Marlene Cabral) e Virtual Recife Produções (Fabiana Tavares)
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