Bailarino José Alves, do Ballet Black, conta sua trajetória, de uma comunidade de Salvador até os palcos de Londres
  • José Alves | FOTO: Karol Omorczyk
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  • José Alves | FOTO: Sergei Korotkov
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  • José Alves | FOTO: Divulgação
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O artista, premiado como o Melhor Bailarino Clássico Masculino, no National Dance Awards (2018), falou também sobre os desafios da carreira e preconceitos no balé clássico

Diretamente de Londres, na Inglaterra, o bailarino baiano José Alves conversou com Na Ponta do PÉ, durante transmissão ao vivo, no nosso perfil do Instagram (@canalnapontadope), nessa sexta (28/08). O artista, que veio de uma comunidade pobre de Salvador (BA), tem um currículo extenso na dança. Iniciou no balé clássico aos 13 anos, na Escola de Balé Adalgisa Rolim, na capital baiana.

Em 2007, ingressou na Escola do Teatro Bolshoi do Brasil, em Joinville. Após formação, em 2008, participou Youth American Grand Prix, em Nova Iorque (EUA), quando recebeu uma bolsa de estudos para treinar na Royal New Zealand Ballet Company, na Nova Zelândia. Porém, não conseguiu levantar fundos para viajar, mas entrou para a Cia. Jovem do Pácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), onde dançou até 2011.

Apesar de poucos recursos, José decidiu tentar a carreira internacional. Na Europa, chegou com apenas 800 euros para passar três meses, mas conseguiu participar de audições em alguns países do velho continente. “Enfrentei claramente preconceito por ser bailarino negro, por não ter um ‘corpo padrão’ de bailarino”, contou José Alves. Segundo relatou, infelizmente, até nas grandes companhias de balé a aparência e estética ainda é importante, quando o requisito devia ser somente o talento.

Romper esses “conceitos” de séculos de balé clássico não é fácil, mas, mesmo que a passos lentos, vamos sonhando com um balé (e mundo) mais democrático. E José é um desses bailarinos que desafiam essas barreiras. Em 2012, juntou-se ao Teatr Muzyczny w Łódz, na Polónia. Já na temporada de 2012/13, entrou no elenco no Ballet Black, de Londres, onde dançou papéis importantes, como o Philemon, no espetáculo Cathy Marston’s The Suit. Esse lhe rendeu, em 2018, o título de Melhor Dançarino Clássico Masculino, no Prêmio Nacional de Dança do Círculo da Crítica (National Dance Awards), considerado como o “Oscar da Dança”.

“Até hoje não acredito que ganhei esse prêmio. Um bailarino negro, que veio de uma comunidade pobre do Brasil, ganhar um prêmio desses é inexplicável. Não trata-se do ‘troféu’, mas o que ele representa”, comentou o bailarino José Alves. Para ele não faltam talentos, mas oportunidade igual para todos. “Apesar de todas as dificuldades, é possível. Digo para os bailarinos que querem seguir a carreira persistirem. Não desistam e tenham muita dedicação pela dança”, reforçou. 

Durante a carreira, o bailarino José Alves também participou do Polski Teatr Tańca, Teatro de Dança Polonês. Entre as curiosidade, dançou em clipe de Cládia Leitte e Ricky Martin, gravado em Miami. E também sobe nas sapatilhas de pontas! Chegou até a se apresentar nas pontas, no papel de vovó, em Annabelle  Chapeuzinho Vermelho, de Lopez-Ochoa.

Tradicionalmente, as mulheres que usam sapatilhas de pontas, mas, como já falamos aqui, esperamos questão de gênero também não seja mais uma “questão”. Após nossa conversa astral, contando com o sorriso largo de José, renovamos o sentimento de esperança por uma dança cada vez mais livre e acessível para todos! =) 

Sim, e José ainda disponibilizou pra gente, de presente, uma aula de balé clássico, transmitida direto de sua casa. Confiram!  

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Maíra Passos

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