Com perna amputada, Kayane Carneiro descobriu paixão pela dança praticando pode dance e zumba
Superar dificuldades, quebrar barreiras, readaptar-se e descobrir novas aptidões. A pernambucana Kayane Carneiro passou por todas essas etapas na vida em uma história de superação que envolve a dança. Sua vida mudou em 1999, quando tinha 10 anos. Ela estava brincando na área de lazer do prédio onde morava, em Olinda (PE), quando ouviu um barulho insuportável. Correu em direção ao bloco do seu apartamento e, no caminho, uma viga caiu atingindo o seu pé esquerdo. Foi socorrida para o hospital, onde teve que se submeter a uma cirurgia de amputação da perna, na altura do joelho.
De lá para cá, Kayane sempre buscou atividades em que pudesse superar seus limites e descobrir onde era capaz de chegar. Foi aí que surgiu a dança. “Eu sempre gostei de realizar atividades em que eu provasse que o fato de não ter uma perna não me impedia de nada. E eu acho que superação é diretamente ligada a esportes. Então eu já fiz natação por muitos anos, hidroginástica e depois migrei para musculação. Como a academia oferece aulas de zumba e ritmos, eu resolvi ir por curiosidade e gostei muito da aula. Desde então, não deixei mais de ir”, conta.
Além da zumba, Kayane também se apaixonou por outro tipo de dança, o pole dance, que envolve movimentos de dança e acrobáticos. “Uma amiga do trabalho praticava a modalidade e sempre me contava sobre as aulas. Um dia, em janeiro desse ano, eu comentei que queria tentar. No outro dia, ela me disse que o professor estava me aguardando para uma aula experimental. A aula foi maravilhosa. Um dia depois me matriculei e estou até hoje”, conta Kayane, que já foi até convidada para uma competição internacional de pole dance, mas, por ter iniciado há pouco tempo, preferiu adiar a participação para o próximo ano.
Hoje fisioterapeuta com especialização em trauma e ortopedia, que mora e trabalha no estado do Amazonas, lembra das dificuldades e, principalmente, das conquistas ao longo da vida. “Desde quando sofri o acidente, a maior preocupação da minha família foi me readaptar ao máximo sem que a ausência da perna me atingisse. Então, eu nunca deixei de fazer nada. Claro que algumas coisas eu preciso ajustar, como um movimento ou alterar um passo, mas não deixo de tentar. Qualquer superação atingida é uma conquista, desde alta hospitalar, ao primeiro passo com prótese, até subir escadas e então poder dançar”.
Sobre a dança, Kayane revela a importância que a atividade ganhou na sua vida. “Até antes do acidente, eu nunca tinha feito nada relacionado com dança e talvez acredito que se ainda tivesse as duas pernas, não tivesse me envolvido na área. Eu amo a fisioterapia, porém a dança e o pole dance me conquistaram e dividem espaço com a minha profissão. Tenho a dança como hobby, atividade prazerosa que me faz um bem enorme. Entretanto, se as oportunidades aparecerem na área, eu provavelmente não irei me opor”, projeta e comemora!
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- Kayane Carneiro | Arquivo pessoal
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- Kayane Carneiro | Arquivo pessoal
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- Kayane Carneiro | Arquivo pessoal
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- Kayane Carneiro | Arquivo pessoal
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- Kayane Carneiro | Arquivo pessoal
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