Natural de Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, o artista tem uma ligação muito forte com suas origens, que influenciou no seu despertar para a dança
Para a maioria das crianças, ter contato com a dança pode ser visto como brincadeira e entretenimento, mas para Lin Caitano, bailarino e coreógrafo, esse foi o gatilho para despertar o seu amor pela dança. O artista, que participou do nosso Festival de Vídeos de Dança Na Ponta do PÉ (realizando em dezembro) com a videodança Trindade, terceiro vídeo mais curtido do nosso festival, contou pra gente sobre sua trajetória na dança.
“Recordo bem que a participação dos veículos de comunicação, a priori a televisão e seus programas de auditório, com muita música e dança, traziam para o público o entretenimento de corpos dançantes, na grande maioria ou quase unanimemente dançarin(as), e esses momentos dançados sempre me chamaram muita atenção”, explica o dançarino sobre como começou o seu acordar para a dança.
Como nem sempre a representação masculina neste meio foi comum, assim que o então garotinho conseguiu enxergar isso alguns gatilhos começaram a ser acionados. “Era momento de explosão do grupo Musical ‘É o Tchan!’, e a participação de um dançarino como parte do grupo me chamava muita atenção, e de uma certa forma me confortava e acolhia. Na minha, rua além das brincadeiras como pega-pega e corda, as crianças e os mais jovens sempre se juntavam a frente da TV para dançar ritmos musicais que estavam em ascensão na época. Então, a partir desse recorte, que cresci uma criança estimulada pela dança e música”, lembra.
Lin é natural de Paudalho, município da Mata Norte de Pernambuco, e suas raízes o influenciaram a ter se tornado o profissional e amante da dança que ele é hoje. “Comecei a estudar teatro e dança aqui. Minha cidade é muito rica culturalmente, repleta de manifestações populares, como bois, caboclinhos, maracatus, blocos, clubes carnavalescos, quadrilha junina e belas procissões. Dessa forma, cresci em um celeiro cultural rico e diverso e, sem dúvida, influenciou nos meus primeiros passos na arte e, consequentemente, na dança”, relembra o paudalhense sobre como foi no princípio.
Todo esse amor fez com que ele se dedicasse e buscasse se aprimorar. Graduado em Licenciatura em Dança pela UFPE e pós-graduado em dança educação, enquanto vivia a vida acadêmica, ele também fazia cursos que o ajudaram como profissional. “Fiz formações e aulas de Danças de Salão (Casa de Dança Everaldo Lins), Dança Contemporânea e Ballet Clássico (Núcleo de Danças Venícius Passos”, relembra. Como bailarino, ele já foi integrante da Cia. de Teatro e Dança Kascabuio, da Cia. de Dança Everaldo Lins – Dança de Salão, Grupo InterCruzados e Cia Parana-Puco.
“Ressignificar minhas ações através da dança é sem dúvida transformador. Poder estudar, trabalhar e trazer qualidade de vida para meus alunos e público é maravilhoso. É muito satisfatório poder, além de falar de arte e cultura, trazer através das multifaces da dança conhecimento as pessoas, uma nova forma de se ver, sentir e mover. Vejo essa importância como um belo legado, que todo artista que ama o que faz, sente o prazer de realizar e promover sua arte todos os dias, para varias pessoas”, comenta o pernambucano sobre a relevância da dança na sua vida.
Para o Festival de Vídeos de Dança Na Ponta do PÉ, Lin trouxe Trindade, uma pesquisa espetáculo que faz um recorte de três grandes pontos importantes da cultura Paudalhense: o Polo de Romaria de São Severino dos Ramos, a Monocultura da Cana de Açúcar e a Fabricação de Artigos Cerâmicos para a Construção Civil.
“O nome da proposta dançada foi escolhida em alusão a doutrina cristã da TRINDADE (do latim trinitas "tríade", de trinus "tripla") que define Deus como três pessoas consubstanciais, expressões ou hipóstases: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo; "um Deus em três pessoas". As coreografias foram pensadas em dramatizar as diferentes formas de manifestações corporais do homem em seu oficio. Buscando, levar para a cena, as macro e micropolíticas/filosóficas da sociedade sobre o corpo no seu fazer artístico”, expõe.
Todo esse carinho pelo lugar que viu os seus primeiros passos esteve presente em todo o processo, inclusive no processo criativo do vídeo. “Busquei então transitar sobre esses três pontos socioculturais do município. Assim transmitir a veracidade do esforço dos trabalhadores de Olarias e Canaviais, a singularidade e fé dos romeiros(as) que viajam quilômetros para pagar suas promessas e agradecer as graças alcançadas”, descreve ele sobre o que ele quis passar no vídeo.
A seguir, confira a videodança:
Sobre os trabalhos que desenvolve atualmente, ele revela os lugares onde ele está. “Atualmente, trabalho como professor de artes, atuando como professor, coreógrafo e bailarino, transitando por diversos seguimentos da dança. Estou pesquisando com a Paranã-puco; Dirigindo a Coreografia da Junina Rosa Linda Linda Rosa-Paudalho, a quadrilha junina mais antiga em atividade do Estado; sou integrante do Elenco de Dançarinos da Junina Lumiar-Recife; e Grupo de Dança Gal- Balé Folclórico- Recife”.
Além de trabalhar e pesquisar dança nos seguimentos de danças populares, dança de salão, dança contemporânea e balé clássico, Lin também atua no seguimento escolar e em academias de danças com aulas, cursos e workshops. O profissional pode ser contactado através do Instagram @lincaitano ou Whatsaap (81) 99900.8850.
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2 Comentários
2022-02-15 18:29:16
Muito Obrigado queridos(as)! Forte abraço a vocês 🤗
2022-02-15 18:41:46
Lin, muito orgulho do ser humano que vc é, vai em busca dos seus sonhos, pra mais difícil que seja não desiste, admirável seu talento, determinação, coragem… Fui pra alguns espetáculos e nossa foi maravilhoso ver o seu tudo! Deus continue te abençoando cada vez mais, merece tudo de boooom. Bjs adorooooo vc!❤️
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