O coreógrafo morreu na noite desse sábado (15), deixando um legado de luta pela dança e cultura popular
O coreógrafo André Luiz Madureira, fundador do Balé Popular do Recife, morreu na noite desse sábado (15/05), aos 72 anos. Ele lutava contra Mal de Parkinson há cerca de 20 anos e estava internado nas últimas duas semanas, com infecção pulmonar. Segundo a família, ele não resistiu ao quadro. Exame para a covid foi realizado, mas deu negativo.
O artista pernambucano, natural de Garanhuns, no agreste, dedicou sua vida à dança e propagação da cultura popular. Em 1977, fundou o Balé Popular do Recife, que se tornou Patrimônio Imaterial do Recife, em 2018. Em 2017, André Luiz Madureira também foi reconhecido como Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Inicialmente, o Balé era chamado de Grupo Circense de Dança Popular. “Porque, através da dança, a gente ia escoar todo esse movimento. Através de um espetáculo de dança, iríamos mostrar a mímica, o canto, o teatro”, lembra o ator, palhaço e multiartista Walmir Chagar (Véio Mangaba), no documentário produzido pelo Balé Popular do Recife, quando completou 40 anos.
“Foi quando Ariano Suassuna bateu o pé e disse que ia se chamar Balé Popular do Recife”, conta o próprio André Luiz Madureira, em entrevista para o mesmo documentário. Junto com esse outro eterno mestre da cultura pernambucano, foi criada a Metodologia Brasílica, repassada para pelo menos 5 mil bailarinos, que receberam lições de Madureira, ao longo das quatro décadas.
Assim, em atividade até hoje, o Balé Popular do Recife mantém o trabalho de divulgação e recriação de autos e folguedos populares do Nordeste. Entre as manifestações que traz para os palcos, o frevo, maracatu, cavalo marinho, caboclinho e reisado.
“Eu nasci artista”, disse André Luiz Madureira em entrevista. E assim será eternizado, através de tantos bailarinos que continuarão seguindo seus passos.
Abaixo, confira documentário produzido pelo Balé Popular do Recife:
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