Quem contou pra gente foi o b-boy e arte educador Neto Cabuh, em mais um episódio da nossa série sobre “Dança pernambucana na pandemia”
Como fica as danças urbanas sem poder utilizar os espaços urbanos? Fazer arte na pandemia é encarar uma verdadeira batalha, precisando o dançarino-guerreiro se reiventar a cada passo para a dança continuar se movendo nestes tempos difícies.
Como Na Ponta do PÉ vem mostrando aqui na série sobre Dança pernambucana na pandemia, profissionais de todos os estilos de dança estão se desdobrando, já que a cadeia produtiva da cultura está sendo uma das mais afetadas nesta pandemia.
Para a cultura hip hop, que se faz na rua, nos espaços públicos, não poder “sair” e interagir com o público é um grande impacto, principalmente para cumprir seu importante papel social, nas comunidades. Quem contou para a gente como vem sendo encarar essa batalha, foi o b-boy e arte educador Neto Cabuh, de Olinda (PE).
Durante entrevista em vídeo, já disponível no nosso canal do Youtube, ele disse que foi buscando alternativas online para driblar os fechamentos dos espaços públicos. “Mas é grande a falta que faz de ir para a rua, de contar com o calor do público”, explica o b-boy Neto Cabuh.
Ele lembra que o hip hop também tem essa responsabilidade de salvar vidas. “A gente que trabalha com o hip hop vai muito nas comunidades, onde muitas crianças se envolvem com o tráfico, com o crime. Mas, ao ter o contato com a cultura hip hop, conseguem enxergar uma saída”, conta o arte educador.
“Com a pandemia, perdemos um pouco desse contato, pois nem todo mundo que é de periferia tem condição de ter um celular ou acesso à internet. Então, temos essa dificuldade maior agora, mas vamos tentando nos reinventar para manter o trabalho, seja com encontros virtuais ou exibições na comunidade, mantendo os protocolos sanitários”, completa Cabuh.
Além disso, conversamos também sobre as performances, que migraram do mundo físico para o digital. “Nesse processo, eu comecei a entender que a dança também vai pra internet, só que ela vai com outra linguagem, outro corpo. Porque tem todo enquadramento, edição, toda a parte audiovisual”.
Entre suas produções na pandemia, dois episódios da videoarte/videodança Mangue e Etnia. A seguir, confira nossa conversa, na íntegra:
Janabel Tavares de Sena Neto, ou Neto Cabuh, como é mais conhecido, tem 26 anos de idade, é natural de Olinda, artista multimeios, profissional da dança e arte educador. Sua trajetória artística começa em 2008, através do seu envolvimento com a cultura hip hop.
Com a dança, Cabuh conquistou segundo lugar a nível N/NE no “Ginga Bboys e B’girls”, em 2016; apresentou seu primeiro espetáculo, intitulado “Desabafo” no Festival Palco Preto (2017); foi premiado como Artista Revelação no Festival de Danças Urbanas (2018); e foi campeão da Battle Allstyle do Festival Rec’play (2019).
Trabalhou ainda na produção cultural do movimento “Sarau da União”, em seu bairro (Rio Doce, Olinda), levando recitais de poesia, performances, shows, rodas de diálogo, cine debate e ações para as comunidades. Contato: @netocabuh.
Conteúdo produzido por Na Ponta do PÉ com incentivo da Lei Aldir Blanc, através Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco.
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